quarta-feira, 8 de março de 2017

O Comentador Minhoca

À semelhança do verme que lhe empresta o nome, o comentador minhoca vive sob entulhos e em terras enlameadas. Segundo veio a público em 2014, aqui, o citado comentador, em conjunto com o empresário Joaquim Cabrita, lesaram o Estado em 773 mil euros. Agora, notícia do ‘Público’, também o tristemente célebre comentador fez saber que vai pronunciar-se como testemunha no processo judicial dos vistos ‘gold’; fá-lo-á por escrito, beneficiando do estatuto de membro do Conselho de Estado e desde que o dito e douto Conselho o autorize.
O comentador minhoca é baixo, visivelmente baixo quando está de pé ou sentado e, acima de tudo, quando como politólogo de direita exprime publicamente, na TV, opiniões, avisos e recomendações de carácter político, sem o mínimo sentido ético ou mero bom senso.
Em vez de barrar a intervenção pública a figuras deste calibre, a ‘democracia portuguesa’ acolhe-as com repugnante generosidade. A SIC do Dr. Balsemão, mediante perguntas pré combinadas e o olhar arregalado da loura Clara de Sousa, disponibiliza tempo de antena domingueiro ao comentador minhoca. O ‘Público’, actualmente dirigido pelo neoliberal David Dinis, e o ‘Jornal de Negócios’, às 2.ªs feiras, prestam-se ao papel de ‘caixa-de-ressonância’ dos sarilhos e sentenças do ‘minhoca’, da véspera.
A sociedade portuguesa, nomeadamente como outras europeias, asiáticas e dos EUA, está condicionada por estereótipos e homens de poder e seus agentes, orientando-se no sentido da consolidação do domínio financeiro por uma minoria de personagens, a nível global. O 'minhoca' é um desses agentes.
O olímpico e crescente desprezo pelos mais básicos direitos humanos, entre estes o direito à vida, atinge milhões de seres humanos, entre crianças, mulheres (hoje é o Dia Internacional da Mulher – uma saudação especial a todas as mulheres amigas do ‘Facebook’) e homens desvalidos. Todavia, os poderes institucionais e instâncias internacionais revelam-se incapazes de combater a ultrajante desigualdade em expansão no mundo. 
Resta aos humanistas a iniciativa da luta, cada um à sua maneira e dentro de possibilidades, na maioria dos casos, limitadas. Nem que seja, apenas, a de mandar o comentador minhoca para o entulho.

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