O desempenho
deplorável dos bancos foi e é, a nível internacional e nacional, a causa
principal da crise a que o mundo está submetido; também, por falta de regulamentação e
de acção dos governos dos principais países ocidentais – Lehman Brothers,
Goldman Sachs, Lloyd’s Bank de Osório e o secretíssimo Deutsche Bank são, apenas,
escassos exemplos de autores dessa crise e do empobrecimento de milhões de seres
humanos, assim como da obscena desigualdade a que a larga maioria da população
mundial está condenada.
Portugal não se
furtou ao terrível fenómeno, não deixando, por isso, de ser atitude insolente e
reprovável publicar um ‘editorial’ que, no fundo, constitui uma desajeitada
tentativa de branquear o comportamento de um tal Domingues, que se demitiu da
presidência da CGD, transferindo, no respeito pela versão da oposição e seus
acólitos, as responsabilidades para o primeiro-Ministro António Costa e sua
equipa das Finanças Públicas.
Vamos lá colocar
os responsáveis e suas acções no lugar devido. Primeiro, e afirmo-o com
convicção, António Costa jamais deveria ter cedido às exigências dessa figura
estranha chamada Domingues que, no andar, nos gestos e nas parcas palavras, me
faz lembrar – nem eu sei por que razão – o Eusebiozinho, doentio, manhoso, indolente
e neste caso enigmático, dados os traços semelhantes à conhecida personagem dos ‘Maias’.
Domingues, como
Jardim Gonçalves, Teixeira Pinto, João Rendeiro, Ricardo Salgado, Oliveira e
Costa, parte menor de uma longa lista de outros, são responsáveis por causar um custo estimado em 20
mil milhões de euros aos contribuintes do País, em actos que a Justiça Portuguesa tarda em julgar.
Têm sido poupados a críticas da imprensa portuguesa, maioritariamente de
direita.
Toda essa gente
tem beneficiado de um breve tempo de expiação. Durante uma sesta, evaporam os
seus ‘problemas de consciência’, se é que alguma vez os sentiram. Todos se julgam inocentes. Hipocritamente.
Haveria provas
inequívocas de politização, anos a fio, da CGD negociadas e accionadas pelo ‘centrão’ (Rui
Vilar, João Salgueiro, António de Sousa, Oliveira Pinto, Vítor Martins, Faria
de Oliveira, Carlos Santos Ferreira…) Por que motivo estes gestores, politicamente
comprometidos, não são citados no editorial como responsáveis pela situação de descapitalização
do citado banco público? O ‘editorialista’ lá saberá do interesse e dos motivos para a omissão.
Todavia, para
terminar ainda de forma mais grotesca e lesiva do interesse nacional, o
ex-fundador do ‘Observador’ e assessor de Durão Barroso escreve:
"O resto do plano de recapitalização é que terá que esperar pela próxima administração. Desde logo a emissão obrigacionista de mil milhões de euros (para privados), condição imposta por Bruxelas para que a operação não seja classificada como um auxílio público. A operação é sensível,porque para que os investidores respondam positivamente, terão deacreditar na estratégia de capitalização e ter a certeza que a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, a DGCom, a aceita. Só depois disso poderá vir o restante montante, via Estado português."
Tudo isto consubstancia um desejo e um desprezo sinistros em relação aos interesses do
País - querem a CGD privatizada. A agência de ‘rating’ DBRS considerou esta tarde que, devido aos problemas
de atraso na recapitalização da CGD, poderá classificar esta como ‘lixo’, o que
poderá ser mais um motivo do nefasto contentamento do editorialista.
Que tipo de escribas são estes? Sei a resposta, mas por
decoro, fico-me por lhes chamar ‘porcos neoliberais’.
Antipatrioticamente, lutam desesperadamente por ver o País regressar às
insolvências, desemprego e deterioração dos bancos da responsabilidade e herdada de
Passos Coelho e da amanuense Maria Luís de Albuquerque? Tristes trastes!
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