quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A bárbara 'camerawoman' húngara

O fenómeno dos refugiados, do Médio Oriente e de África, tornou-se em acontecimento demasiado grave do ponto de vista humano e social. É óbvio.
São milhares os mortos em naufrágios no Mediterrâneo a juntar a muitas outras vítimas, incontáveis, que perecem pelos longos caminhos do Sudão e Eritreia à Líbia, ou por terras do Afeganistão, Iraque e Síria para atingir a Turquia; país este dirigido pelo autoritário e putativo aliado do Ocidente, Erdögan.
No seio da Europa, devido à dissonância entre Estados-membros, o governo húngaro, de direita, chefiado por Viktor Órban, tem desenvolvido acções anti-humanitárias, mediante a construção de muros fronteiriços, de barreiras de arame farpado e do barramento por controlo e mesmo cargas policiais. 
A Hungria, impunemente, viola o Protocolo de Dublin de 1999, como referia há dias "O Globo", citando o cientista político Hajo Funke, da Universidade Livre de Berlim. Estimula, desse modo, outras sociedades da órbita ex-soviética - Eslováquia. República Checa e Polónia - ao exercício da xenofobia e da ofensa física  a desvalida gente -  crianças, mulheres e idosos.
Na terra dos magiares, uma 'camerawoman', de nome Petra Lázsló, em imperdoável acesso de bárbaro nacionalismo, agrediu a pontapé e de forma indiscriminada vários refugiados, crianças ou adultos. Do carácter perverso, a fúria xenófoba sobrepôs-se ao trabalho de reportagem do canal N1TV, ligado ao Jobbik, partido de extrema-direita e apoiante do governo de Órban.    
A Petra Lázsló, que pelo despedimento ficará mais disponível, aconselharia que, em vez de pontapear e derrubar frágeis refugiados - ver imagens  -, se aventurasse a ir até à Síria ou Iraque e bem no centro dos domínios do Estado Islâmico (ISIS - Estado Islâmico do Iraque e do Levante) convertesse a covardia em coragem, lutando corpo a corpo com os guerrilheiros do ISIS. A barbárie é mais autêntica se praticada entre bárbaros.
Tenho a certeza de que esta empedernida Petra nem tempo disporia para a primeira iniciativa de ataque. A xenófoba criatura teria um fim semelhante ao dos infelizes, esses sim infelizes, Kayla Mueller, Steven Stoollof ou qualquer outro dos vários assassinados pelo Estado Islâmico.     

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