sexta-feira, 26 de junho de 2015

A Grécia e o bando tétrico de Bruxelas, com o FMI em destaque

A Madame Lagarde, com a silhueta da brutalidade e em simultâneo hipócrita no sorriso, tem sido ao longo da semana a estrela do cartaz das negociações, em representação dos credores, junto dos legítimos e sufragados governantes gregos, em especial o Primeiro-Ministro,Tsipras. 

De mala Louis Vuitton, na mão, vestida pelos mais famosos costureiros do mundo e ainda ornamentada de jóias adquiridas em lojas de luxo da Place Vandôme, Paris, lá está ela em Bruxelas a desfilar, de ar soberbo, pela sala da gentalha que comanda a UE e a Zona Euro - ao pé dela a nossa Maria Luís parece - e é - a serviçal humilde e submissa, a quem compete repetir aquilo que os chefes do bando, Schäuble em especial, ordenam.

Toda a coreografia é exibida em imagens de uma trilogia típica:  exibição de vaidade obscena no cargo que desempenha e do qual seria expectável um exercício responsável perante os graves problemas das nações que integram o FMI; a altivez com que se permite usar linguagem reles e ofensiva para alguns com quem se reúne - própria de mulherzinha do Quartier Pigalle - e, por último, a ostentação aberrante e desumana de um poder narcisista, de êxtase sobre si própria, por causar a desgraça de um povo, o Grego, herdeiro de uma nação que foi o berço da cultura universal e cujos paradigmas ainda subsistem, sobretudo no pensamento filosófico e político das sociedades europeias de hoje.

A mulherzinha, acolitada pelo ridículo beijoqueiro Juncker e pelo presidente do Eurogrupo, um tal Dijsselbloem, fiel serventuário do germanófilo Schäuble; a mulherzinha, dizia, figura sinistra do bando, vai-se valendo dos solícitos e obedientes tecnocratas do FMI, a fim de fazer do povo e do governo gregos "gato-sapato", porque este último opta por impostos para equilibrar as contas públicas e, no projecto de expansão da miséria no mundo, a instituição de Lagarde entende que a solução imperativa reside nos cortes de salários e pensões - os pensionistas gregos que recebiam 1.000,00 euros foram atingidos por cortes que limitaram as pensões a 600,00 euros.

Paul Krugman, com o prestígio de que desfruta a nível mundial, editou no 'New Yor Times' o artigo que traduzimos e publicamos em 'post' separado.
Eu, fatigado de ouvir e ver idiotas, a torto e a direito, do Gomes Ferreira ao Vieira Pereira, prefiro naturalmente ler quem é intelectualmente superior na detenção de conhecimentos e inquestionável fonte de aprendizagem. Esta foi uma das razões por que traduzi o professor norte-americano.
Krugman distingue-se, e de que maneira!, da grande maioria dos nossos comentadores económicos - como dizia um amigo meu, não comparemos o "olho do c." com o Arco da Rua Augusta.

Sem comentários:

Enviar um comentário