segunda-feira, 6 de abril de 2015

“Sampaio da Nóvoa cobre a esquerda toda”, garante Marcelo

Os comentários do Prof. Marcelo na TVI, ao Domingo, constituem com frequência um passatempo divertido. Trata-se de um programa de humor político e, se a finalidade é distrair a audiência, nada mais podemos exigir ao ilustre professor do que a postura e o discurso de estilo burlesco a que recorre.
No fascinante e hábil jogo do tabuleiro verde da política, Marcelo, um desinteressado (?) de carreira política própria, na maioria das vezes, manipula a opinião dos espectadores. É ardiloso mas preciso no uso da “psicologia inversa”; ou seja, o ramo da psicologia que os anglo-saxónicos designam por “reverse psicology”, que caracteriza o comportamento de fazer crer os outros o inverso dos interesses do comunicador.  
Uma vez mais, o fenómeno está a passar-se com a eventual candidatura de Sampaio da Nova. Conquanto esteja empenhado no resultado inverso, o putativo Marcelo, este Domingo, quis convencer-nos do seguinte:


Salvo Mário Soares, e o experimentadissimo político pouco conta, sabe-se como o PS, a começar em António Costa e a acabar no intelectual carregado de mimetismos, Sousa Pinto, recebeu com frieza a notícia da provável candidatura de Sampaio da Nóvoa à PR: uma proposta para derrotar a esquerda e facilitar o sucesso de Marcelo Rebelo de Sousa.
No mundo dos comentadores, até o videirinho do comentário político, Marques Mendes, tinha na véspera, Sábado, prognosticado o desfecho:

“Nóvoa é ‘folar’ para Marcelo.”

Mesmo um especializado mandarete, do leva e traz, não falha no óbvio, no demasiado óbvio.
Na política, em especial no acesso a altos cargos, vale tudo, vale mesmo tudo… até “tirar olhos”; tudo, acrescente-se, em defesa dos interesses do Bom Povo Português. E ‘A Bem da Nação’!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Paulo Macedo, o nosso Albert Fleming

É consabida a descoberta acidental da Penicilina por Albert Fleming. O início da comercialização do histórico antibiótico teve lugar em 1941. Teve enorme sucesso na terapia da tuberculose e foi fundamental para a salvação de vidas no final e período pós II Guerra Mundial.
Comandado pelo bancário muito, muito inteligente e diligente Paulo Macedo, assistido pelo funcional, anti-burocrático e eficaz Infarmed, o sistema de saúde português está a fazer um ensaio da maior importância para medir, com rigor, os efeitos da inexistência de Penicilina em Portugal, desde Dezembro de 2014 a (é previsão) 20 de Abril de 2015.
À custa da morbidez e da eventual mortalidade de alguns portugueses, alguém ficará  a saber o custo humano de viver sem Penicilina durante considerável período de tempo, na sociedade actual. 
Note-se que, uma vez dispensados da II Guerra Mundial, não temos a noção real e directa da incidência em perdas de vidas humanas da falta do famoso antibiótico nesse período histórico. Jamais teremos acesso a esse resultado, assim como ao número de atingidos - e como - pela falta de antibiótico nas unidades de saúde portuguesas durante praticamente 5 meses.
O que nos vale é vivermos no esplendor do mercantilismo e Paulo Macedo, transformado num verdadeiro Fleming nacional lá descobriu um novo fabricante da substância activa do medicamento, Lentocilin, que permitirá regularizar abastecimento do mercado, a partir da 2.ª quinzena de Abril.
Os médicos classificam de gravíssima a situação relatada e Macedo, o melhor ministro do actual governo, lá vai coleccionando factos e episódios para juntar ao volumoso currículo em produção, visando alcançar o primeiro lugar dos piores Ministros de Saúde que tivemos desde sempre.
Neste momento, é o nosso Albert Fleming... à portuguesa e sem bolor, claro.