quinta-feira, 18 de setembro de 2014

As Finanças Públicas de MLA depois do PAEF

O desastre ‘Citius’ justificou as desculpas de Paula Teixeira da Cruz. Hoje, decorridas 24 horas, coube a Nuno Crato curvar-se diante dos professores para lhes pedir perdão, aceitando a demissão do Director-Geral da Administração Escolar – a doutrina da indulgência, iniciara-se há muito com o próprio chefe do governo, Pedro Passos Coelho, quando se penitenciou em 2011 pelo aumento dos impostos a que, em campanha, jurou jamais recorrer.
Competiria hoje a MLA divulgar e justificar as causas do deslize das Finanças Públicas de Portugal em Julho passado, conforme revelado pelo Banco de Portugal no Boletim Estatístico de Setembro de 2014.
A situação das Finanças Públicas é, de longe, mais transversal e decisiva em termos sociais, em especial para quem, depois de um mais do que falhado e injusto PAEF – Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, sofre os efeitos dos seguintes resultados:

MLA deveria envergonhar-se dos valores registados em Julho de 2014, os quais, de resto, nem qualquer desculpa merecem. Porque resultam de uma política deliberada de subserviente obediência ao directório de Schäuble e Merkel, em que ela própria se empenha, assumindo, de forma subtil – dizemos subtil, para evitar a designação de covarde - comentários depreciativos às medidas de Draghi, defendidas em John Hoke, EUA.
Na anémica recuperação da Economia Portuguesa, que Coelho, Portas e Pires de Lima tentam impingir-nos como substantiva e sustentável, e sobretudo em função do quadro traçado para 2014 para a Economia Mundial pela OCDE, FMI e outras organizações internacionais, dificilmente este pobre País, Portugal, conseguirá impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da população desprotegida, ultrapassando os 2.000.000 de seres humanos, de vidas avidamente carenciadas.
Ainda temos escolas em situação disfuncional, devido a um erro matemático cometido pelo ministério dirigido pelo matemático Crato. O mais grave, pelo número de atingidos, intensidade e duração do sofrimento, é que os efeitos da pobreza infantil demarcam-se funestamente do mau trabalho de burocratas de qualquer ministério. 
Nas escolas, há um problema que perdurá durante mais um ano lectivo: milhares de crianças vão chegar às aulas de estômago vazio e em estado de esmaecimento de que os verdadeiros culpados, quem nos governa ou os por estes autorizados a acumular fortunas imorais e em muitos casos ilícitas, deveriam enfrentar pesada pena em qualquer tribunal, usando o ‘Citius’ ou processos manuscritos, curtos e objectivos – o resultado da sentença é mais importante do que a forma de lá chegar.
MLA, que já manifestou algum retrocesso na imisericórdia, através da proposta de discussão da dívida pública na AR. Porém, não tem espaço para pedir desculpas. A maldade e a incompetência punem-se com o degredo para uma aldeia deserta do interior, sem médico, escola e outras infra-estruturas por perto. Mesmo assim ainda seria castigo ligeiro, longe da história tipificada por ‘Crime e Castigo’ de Dostoioevski – Albuquerque jamais viveria os sentimentos de culpa de Raskólnikov. É uma hipócrita torcionária de salão.

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