quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A TAP, a privatização, o egocentrismo dos pilotos e o patriotismo do PR

“LISBOA COMO PORTA DA EUROPA”
A estratégia de hub implementada no Aeroporto de Lisboa, tirando partido da posição de Portugal, como plataforma privilegiada para a ligação entre a Europa, e o Brasil e África, permitiu a geração das economias de escala indispensáveis para o continuado crescimento, verificado no número de passageiros transportados.
E…, desta forma, para a crescente notoriedade da marca “TAP”, contribuindo assim, decisivamente, para que a Empresa e o País pudessem ser reconhecidos, internacionalmente, de uma forma diferente, bem testemunhada pelos destaques recebidos na sequência da sua atuação, em diversos âmbitos…
 
Fonte: Relatório Anual da TAP de 2011 (aqui).
Com a ANA, que há tempos distribuiu à estatal Parpública e à Direcção-Geral do Tesouro 95,9 milhões de euros de dividendos de 2010, a TAP tem constituído a dupla estratégica do negócio do transporte aéreo, sob a forma de activos do Estado Português.  
O interesse nacional da TAP como património do Estado, diga-se, não é mensurável apenas através dos Relatórios e Contas da companhia. A rede de destinos cobertos, o uso dos seus equipamentos por parte significativa dos 5,5 milhões de portugueses a viver no estrangeiro, familiares destes; e ainda, e sobretudo, o facto de alimentar o hub (plataforma) de Lisboa – e do Porto, acrescente-se – com passageiros de várias nacionalidades em trânsito representam valor acrescentado para Portugal. Um sensível  número destes últimos passageiros permanece dias em solo português, gerando  consequentes incrementos dos fluxos de entrada de visitantes e receitas de turismo.
Por subserviência ao trio FMI-CE-BCE, os chamados partidos do arco do poder aceitaram que, ao abrigo do capítulo Privatizações, ponto 3.31, do memorando de entendimento, as duas empresas sejam privatizadas. Acto inconsciente. Todavia, à semelhança de qualquer outro acordo entre entidades colectivas e instituições, a privatização da ANA e da TAP não se converteram em fatalidade dogmática. A precária situação económico-financeira do País, com um depauperado tecido produtivo de bens e serviços, exige uma inflexão em relação à medida.







É, pois, necessário demonstrar à ‘troika’ que a privatização das duas companhias não beneficia, antes prejudica, a macroeconomia e o futuro do País. Mais a mais, e com desvalorização como impacte, no que toca à companhia aérea, o número de candidatos à compra tem vindo a reduzir-se. Agora, e depois do duo British Airways + Ibéria, é a colombiana Avianca a desistir.
Apenas mais uma palavra para os Srs. pilotos que disputam também uma parte do capital da TAP privatizada. Revelam-se preocupados com a desistência de candidatos à compra. Falta de sentido do interesse nacional.
No respeito por princípios desse interesse, deveriam recusar pura e simplesmente a alienação de um activo que o Estado e os cidadãos portugueses erigiram e desenvolveram desde 1945. Sabem, de resto, que o sector privado português, em matéria de negócio navegação aérea, ou cria projectos desastrosos ou se limita a utilizar os investimentos do Estado para negociatas – sociedades de actividades diversas e a própria banca, com o sinistro Ricardo Salgado no comando do cockpit.
Que desistam todos os candidatos. os Srs. pilotos também!, naturalmente. É o anseio de muitos portugueses. Entre estes não se encontra o Presidente da Repúbica que acaba de aprovar a privatização da TAP. Uma atitude de grande patriotismo. 









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